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josé eduardo meneses
 
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9700-706   terra chã
 
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Direção Regional da Educação
 
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ProSucesso – Açores pela educação - Plano
 
28-05-2015
 
Exs. Srs., A problemática da dislexia afeta a aprendizagem da língua materna e, como tal, é geradora de incompetências em todos os domínios do saber, desde o 1º ciclo, de forma cumulativa. Um estudo realizado em França, há mais de 10 anos, chegou à conclusão que a problemática da dislexia afetava 10% da população escolar francesa. Sou professor do ensino básico e secundário e a minha experiência de 30 anos de serviço leva-me a pensar que esta estatística está muito próxima da realidade local, seja pelo número de casos sinalizados, seja pela quantidade de situações não detetadas que, infelizmente, encontro no fim do 3º ciclo do ensino básico, em alunos que apresentam um histórico de retenções e reprovações, muitas vezes ao longo dos três ciclos do básico. No ensino profissionalizante e no vocacional, a minha experiência diz-me que a incidência é superior aos 10%, sendo que os casos não sinalizados no Profij nível II, tipo 3 (9º ano) e no PROFIJ Nível IV (secundário) se apresentam como casos irremediáveis, em muitos casos já nem se pode aplicar um P.E.I. porque não houve sinalização anterior por nenhum S.P.O. dos estabelecimentos de ensino por onde passaram e, por outro, já não há mesmo nada a fazer de tal modo o problema se cristalizou nos processos e estratégias cognitivas. O Programa PROSUCESSO prevê a medida Prof DA – Professores qualificados na resolução de dificuldades de aprendizagem. Acho que esta medida precisa de ser enquadrada nos seguintes considerandos : - A dislexia apresenta-se sob a forma de variantes (disortografia, disgrafia, etc.) e em vários graus de afeção, por isto pode muitas vezes ser confundida com défices cognitivos, sejam intrínsecos a outras problemáticas, sejam de natureza comportamental (falta de estudo, de atenção, de empenho, etc.) , o que pode mascarar a real situação; - Quanto mais precoce a deteção, mais hipóteses haverá de encontrar estratégias; embora no 1º ano do 1º ciclo as aprendizagens sejam incipientes para se poder sinalizar / alertar, no 2º ano já se deve detetar, seja na avaliação contínua, seja na avaliação intermédia de língua materna; - A informação no meio docente e a formação de professores sobre a dislexia é manifestamente insuficiente, tendo em conta a amplitude e a incidência do problema, bem como a sua natureza, por vezes confundível com outras situações problemáticas. Face aos considerandos anteriores, e para que a medida Prof DA tenha realmente efeito, sugiro o seguinte : - Que o serviço de S.P.O. forneça uma lista de alertas (tipo check list), com exemplos de ocorrências concretas na escrita, na oralidade e na leitura, aos professores do 1º ciclo; isto poderia funcionar como primeiro alerta; - Que o Prof DA tenha realmente formação na área da dislexia, faça uma recolha de informação junto do professor do aluno, encaminhando para uma despistagem especializada pelo S.P.O.; - Que o Prof DA , lembro novamente, tenha realmente formação na área da dislexia, elabore um plano de ação que não seja apenas um conjunto de medidas de remediação (mais tempo para as tarefas, dar importância ao conteúdo e não à forma, usar imagens e esquemas para facilitar a aquisição de conhecimentos, etc.), que poderão ser úteis no curto prazo, mas não resolvem um problema que se vai arrastar durante 12 anos de escolaridade obrigatória, para não dizer durante toda a vida ativa, sempre que surjam necessidades de leitura. Há efetivamente estratégias de aprendizagem da leitura e da escrita, específicas para os disléxicos. O Prof DA tem que reunir competências para propor exercícios, tarefas de T.P.C. em colaboração com os encarregados de educação e com o professor do aluno, já no 2º ano do 1º ciclo. - Há ainda um outro pormenor de ordem fisiológica : frequentemente, o esforço acrescido de leitura a que os disléxicos são submetidos conduz a problemas de visão e torna-se necessário que usem óculos; quanto mais tarde pior, os miúdos detestam ter de usar óculos, mas ainda se vai a tempo quando têm 8 anos de idade. Atentamente, Angra, 28 de maio de 2015 José Eduardo Meneses


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